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segunda-feira, 27 de junho de 2011

CORAGEM

Ciumenta eu sempre fui. Tinha ciúmes das minhas amiguinhas, de quem brincava com a minha boneca mais que eu, de quem conversava muito tempo com o meu pai ou olhava demais para a mamãe. Ciumenta, possessiva, completamente suscetível a surtos psicóticos.
Mas medrosa? Logo eu que brincava com os meninos no recreio e disse aos 12 anos que queria mudar o mundo? Eu que briguei com a escola inteira pra defender um ponto de vista? Eu que não tive medo de admitir tantos amores, fossem como fossem? Ah não, medrosa eu não admito.
Quando foi que eu fiquei assim? Quando as coisas tomaram esse rumo e eu parei de acreditar no meu potencial? Eu sei que sei quando foi. Foi quando me machucaram muito e eu parei de acreditar que era boa, que podia ser mais pra alguém. Foi entre uma humilhação e outra que eu fiquei assim, medrosa. Com medo de todas, e qualquer uma, serem mais importantes. Medo de ser uma e haverem tantas outras, medo de ser enganada de novo. Medo. Mas valeu a pena chegar até aqui? Tanto tempo tentando encorajar pra ficar sem coragem nenhuma? É isso que eu levo depois de tanto tempo?
Não. Porque eu não me admito sentir medo. Não. Porque eu desprezo covardes e eu não quero me desprezar. Não. Porque ficou muito mais e eu sou muito mais.
Eu quero me amar calma e profundamente, intensa e descabeladamente. Eu quero me amar. E eu sei que você me ama também, louca, calma, profunda, intensa e descabelada. Eu sei que você me ama também e que você quer tirar meu medo de mim. E eu preciso me lembrar que você é diferente e você não vai me fazer chorar, se não de alegria. E eu preciso saber que finalmente eu sou mais pra alguém. Eu preciso saber que eu sou incrível.
E eu sou, não sou?
Nós somos incríveis debaixo dessa armadura de cobertor.

domingo, 26 de junho de 2011

Quem é que é feliz?

Eu fico pensando sobre fazer pessoas felizes.

Eu faço pessoas felizes. Logo eu, que acho o mundo tão feio, faço pessoas sorrirem. Logo eu, que briguei com Deus aquele dia, faço pessoas felizes. Logo eu!

Eu lembro daquele dia que eu falei pra ela sobre o "amor da vida" e ela se acalmou e daquele outro que cheguei com um bombom de morango e outra ela se encheu de alegria. Teve aquele dia, também, que eu apareci de surpresa e rosto dele se iluminou e todos o dias que eu disse que ela, mais uma, era linda e ela se sentiu assim.

Agora que eu descobri como me fazer feliz, eu percebo como os faço felizes. Como a gente se faz feliz.

Feliz é uma palavra bonita. Logo eu, que nunca mais tinha pensando em me sentir assim, faço pessoas felizes e me faço feliz. Logo eu.

Eu vivo para sentir saudades

Tudo começou no dia que aquele telefone tocou. A partir daí, uma sucessão de saudades.
Porque ele nasceu e mudou de cidade, o coração parou de bater mais forte com o cheiro do outro, o coração voltou a bater pelo distante, o nome saiu naquela lista enorme da universidade. Saudades marcadas, em seguida, por um mundo novo, pela falta do "boa noite" antes de dormir, pela irmã que foi morar do outro lado do mundo, pela melhor amiga que resolveu ir atrás. Saudades do conforto, do abraço, da comida. Saudades.
Saudades que eu sinto agora é por um motivo diferente e é quase insuportável, grita. É a soma de todas as outras e é saudades de tudo que ainda não aconteceu. Saudades do dia que você vem morar mais perto, saudades do primeiro ano juntos, do abraço sem adeus, de fazer manha e ficar pertinho. Depois a saudades do dia que a gente se casou e teve a certeza de que ia ser feliz para sempre. Saudades da nossa casa que nós escolhemos a cor. Saudades de amor, do meu amor que está aí com você e é nosso.

TUMTUM.